Há algo que fogem às minhas palavras. Algo que foge à minha ânsia de escrever ou de pronunciar palavras. Por um longo período perdi um precioso tempo pensando no que poderia ter sido ou no que poderia ter feito, em quem poderia ter me tornado. Em quem fui, em quem deixei de ser.
Será que desejos, medos e ambições seriam os mesmos? Meus afetos e desafetos teriam mudado? Os obstáculos, tão difíceis de serem ultrapassados, ainda estariam presentes? Tenho me perguntado...
Em uma caminhada de meses, experimentei das mais extraordinárias sensações, provei das mais saborosas experiências e me deparei com os mais sombrios medos, culpas e inseguranças.
Espinhos das rosas mais belas deixaram arranhões, que mesmo em sua leveza, não se fecharam tão rapidamente. Borboletas por dias pousavam aos pés de minha cama para iluminar o dia oriundo de uma noite tão fria. Sussurros com a palavra "Desista" entrelaçadas, todo o tempo.
Tantos são os pensamentos que invadem a mente, que por vezes, tudo se embaralha. Os olhos escurecem e nem mesmo o próprio reflexo ao olhar no espelho parece fazer sentido.
Então, não, por favor, não pense! Não se prenda a milhares de pensamentos embaralhados. Liberte-se, permita-se.
Se permita ser ou fazer, mas jamais, jamais se permita desistir.
Solte-se, mas não, não se embaralhe em pensamentos.
Deixe-os soltos e semeie-os um por um.
Após algumas jornadas caminhando perante a diversas situações, o respeito a si mesmo me parece essencial. Talvez a chave da vida esteja em respeitar limites... seus, meus. Limites estes que comprovam até aonde nós, sensivelmente frágeis e maldosos na mesma intensidade, podemos ir ou até onde nos permitimos parar para obter forças, fé.
Talvez seja essa a chave...
Talvez só dependa de mim, só dependa de você.
Talvez..
- Victória Calderon F.
Um comentário:
Victória! Estou sem palavras para lhe dizer o quão belos são seus textos, especialmente este, que é simplesmente perfeito. Parabéns e continue a compartilhar conosco suas impressões sobre a vida. Publique sempre! Bj.
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